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Porquê que a TERAPIA não resultou contigo?

Se fazes e fizeste terapia e não tiveste resultados, este é o artigo para ti. Dou-te o 101 dos porquês da terapia não ter resultado contigo.
terapia
Fonte: obvious.cc

Os elementos terapia e saúde mental são assuntos que mais e mais têm pairado o nosso cenário social. As pessoas começam finalmente a entender a necessidade de cuidar da mente e de se conhecerem.
 

Mas para aqueles que já fizeram terapia e não tiveram resultados, este é o artigo para ti. Vou aprofundar-me porque será que a terapia talvez não tenha resultados contigo.

Tempo

Existem dores que carregamos na nossa vida por muito tempo, anos e anos, muitas das vezes essas dores não são conscientes e nítidas. Podem ser questões que estão instaladas à décadas. Não podemos esperar resultados milagrosos de 20 anos de traumas em 2 ou 3 meses de terapia.

 

As questões que trazemos para terapia podem já fazer parte do nós, da nossa personalidade. Removê-las rapidamente, é abrupto demais, talvez impossível. É necessário fazer várias voltas e reviravoltas para elas sejam curadas. Neste sentido, pode parecer que elas estão resolvidas e depois essas mesmas questões voltarem com uma nova cara, forma e intensidade.

 

Vivemos uma sociedade frenética, em que a internet tem de ser rápida, se não ficamos irritados, podemos pedir viagens em app, os vídeos estão cada vez mais curtos, tudo isso porque não sabemos mais esperar. O nosso grau de paciência, tolerância e atenção têm vindo a diminuir imenso. Não temos paciência com as coisas, com as pessoas, muito menos connosco.

 

Além disso, estar em paz, sem pressão na terapia também uma forma de self-care. Tem compaixão, empatia, amor, paciência contigo própria/o.

Aceita o teu processo. Terapia é uma maratona, not a sprint.

O processo terapêutico tem 3 fases:

1ª fase – Consiste no estabelecimento do vínculo com o terapeuta e os primeiros passos em que o paciente entende que precisa de se responsabilizar pelas coisas que acontecem na sua vida.


2ª Fase – O paciente identifica as suas próprias questões, começa a pesquisar e a trabalhar na própria saúde mental e se responsabiliza pelos seus actos.


3ª Fase – O paciente se sente cada vez mais independente das sessões de terapia, então consegue resignificar as suas próprias crenças e as questões pouco à pouco são fechadas.

Relação paciente – terapeuta

É essencial que a relação terapeuta – paciente funcione. Por vezes, pode acontecer de não te dares bem com um determinado terapeuta. 
Pode ser pela abordagem de terapia que ele pratica (psicanálise psicologia analítica, behaviorista, humanista, corporal, cognitiva-comportamental, etc), pode ser uma questão de energias, personalidade, etc. A alternativa é conversar com o terapeuta e apresentar essa frustração ou mudar se sentires que seja necessário.


Por ser a pessoa que te vai acompanhar em processo de cura, é imprescindível que a vossa relação seja boa. Não deves ter receio em trocar. Qualquer profissional de saúde competente sabe o quanto isso é importante e é que é normal existir incompatibilidades. Podes fazer terapia com o terapeuta mais conceituado do mundo, mas se a química não funcionar. 

Zero resultados.

Como perceber se a relação com o terapeuta é boa?

Quando te sentes segura/o e confortável com o profissional. Talvez seja mais complicado avaliar nas primeiras sessões, porém, deves perceber se te sentes segura/o em compartilhar o teu ser com esta pessoa. Perceber se esta pessoa te escuta e te compreende.

 (Podes também ter alguns bloqueios pessoais, mas falaremos disso mais a frente).

Dúvidas em relação a terapia ou profissionais de saúde mental

Se tens uma visão deturpada dos profissionais de saúde mental. Devo dizer-te que são pessoas que passam por um processo de preparação exaustivo antes de atenderem pessoas. Em Portugal para um psicólogo praticar a profissão precisa de:

 

  • 3 anos de Licenciatura;
  • 2 anos de Mestrado;
  • +/- 1 de Estágio Curricular;
  • +/-1 de Estágio Profissional;
  • 1 ano de Profissional Júnior (actualmente integrado no estágio profissional – Formação em Crise e Catástrofe).

Só assim eles estão devidamente habilitados a exercer a profissão. Portanto, quando um profissional da saúde mental te receber, ele foi devidamente preparado para começar a jornada contigo.

E uma coisa muito  importante a ser mencionada coaches or life coaches não são psicólogos!

E se não acreditas que a terapia funciona ou que é coisa para doidos. Com essa visão, com certeza a terapia nunca irá funcionar. Está mais que cientificamente provado, que TODOS, sem exceção, podem beneficiar uma melhor qualidade de vida fazendo terapia.

E por último e talvez o mais importante:

Estar em contacto genuinazmente com o teu processo de terapia:

Estás realmente comprometida/o com o processo?
Estás realmente aberta/o para tratar de certas questões que te machucam, que te irritam ou que te envergonham?

Tens faltado as sessões?

Tens escondido ou disfarçado alguns sintomas?
Será que a tua resistência em aceitar alguns processos ainda é mais forte que a tua necessidade de mudança?
Tens “esquecido” de abordar algumas questões em sessões de terapia?
Tens sido honesto/a com contigo mesma/a?
Qual é o teu nível de verdade e de doação nesse processo?

 

Se andas a trapacear na terapia isso pode também ser um sintoma de AUTO-SABOTAGEM que pode ser tratado aonde?!
Tcharam! TERAPIA!

O teu nível de doação é equivalente ao nível de cura. A maior parte do processo depende de ti e não do terapeuta.

Em suma:

As mudanças são difíceis e nem toda gente consegue mudar! Mas se estás em processo terapêutico e estás a pagar por ele, é necessário que abras a portas para lidar com as dores e desconfortos que esse processo requer. Senão nem vale a pena começar!

 

Os padrões ficam enraizadas na nossa personalidade, convivem connosco durante muito tempo, quase os tomamos para criar! Precisamos de dar um salto de fé e acreditar que outros rumos virão.

Já dizia o fundador da psicologia analítica – Carl Gustav Jung:  

“Enquanto não trazeres para consciência o inconsciente, ele irá guiar a tua vida e vais chamá-lo de destino.”

Este artigo foi revisto por uma profissional de saúde mental: 
Andreia Henriques – CP: 24205

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